sexta-feira, 23 de maio de 2008

Graças e Desgraças 4

E com o dedo engessado
É de ficar meio zuca;
Por dias ficou privado
De disparar a bazuca…

As cabras também se acercam;
Junta-as o nosso primeiro,
E p´ra que elas não se percam
Fez do “mainato” cabreiro…

Só já não sei se o mainato
Era o Celestino amigo,
A que alguns - que desacata –
Mediram… o que eu não digo!

Do Quilómetro Dezanove
Trinta anos já lá vão
A amizade nos move
Aqui estamos no Fundão.

E temos que confessar
Que o Seixas em Moçambique
Não se pode comparar
Ao Restaurante Alambique,

Mal feito fora também;
Nós que já não somos Chekas,
Trataram-nos hoje bem
Pois que entramos com as lecas!...

Não tivemos outro nome
Mas para que a malta anime
Chegamos a ter renome
De sucursal do “Maxime”.

Não nos interpretem mal;
Estávamos tão enfadados
Só queríamos festival
De guitarradas e fados…

Quem andava com intrigas,
Era do Maxime o dono;
Tinham folga as raparigas
Voltavam sempre… com sono!

Afinal tudo acabou,
Para não haver mais tricas,
Quando uma delas levou
O dançarino maricas…


Se as fulaninhas lá vão,
O convite não foi meu
Só dei autorização…
E o crime… já prescreveu!

Na rádio, discos pedidos,
São dedicados à malta.
Um dos mais favorecidos,
O Félix estava em alta…

“Que era o Alferes mais bonito
De Tete e da região;
Olhos azuis e loirito”,
Diziam que era um pão”!

Nas férias foi visitar
Lourenço Marques um dia
As lecas estava a gastar
Regressou à Companhia.

Com um carro alugado
Quis fazer um figurão,
Entrou na curva largado
Estampou-se fora de mão…

O nosso Alferes Silveirinha
Logo de início, que fez?
Como tinha cabecinha
Pirou-se para os GEP´s.

Lá consegue seus intentos,
E armado em Bom Menino
Visitava o Movimento
Nacional e Feminino.

E não sei lá com que manha,
Com que artes ou favor,
Vejam que até lhes apanha
Certa vez um projector…

Houve um certo graduado
Que andou a arrastar a asa;
Gasta o dinheiro, coitado
E pede mais… para casa…

Lembro-me doutro infeliz
Devido a uma bravata
Vende a máquina se quis,
Continuar com a mulata…

A equipe de condutores,
- Muito unidos por sinal –
Armaram-se em caçadores
E não se saíram mal.

Mostram ter habilidade
E certeira pontaria,
E dão p´ra comunidade
Só parte da montaria.

Enchem a vagomestria
C´o o produto das caçadas
Mas retiram a maquia
Para as suas patuscadas.

São coelhos aos montões
São gazelas e veados;
Ficam com boas rações
P´ra fazerem uns guisados.

Se a Polícia Militar
Em Tete apanha um soldado
Caça lhes vou lá levar
P´ra safar o desgraçado.

Estávamos perto de Tete
Companhia independente,
O BCAC 17,
Sector F ao pé da gente.

Isso era mau, não se nega,
Pois p´ra dar também o mote
Ainda tínhamos à pega
O comandante da ZOT.

Cargas críticas, na Beira,
Está sediado o comando;
Em viagem rotineira
Lá estava de vez em quando.

Estar tão perto da cidade
Traz algumas regalias;
Muitos com habilidade,
Iam lá todos os dias…

Uma bica no Café,
Uma cerveja gelada,
Uma fuga ao Cabaret
Que tropa “desenfiada”!

Uma vez, de vez em quando
Ainda havia outro esquema
E lá se ia arranjando
Uma fuga p´ró cinema!

E à tardinha lá vão
Quase todos, que alegria,
À escola de condução
Que já em Tete existia.

De ligeiros, e pesados,
Profissionais, amadores,
Todos ficam encartados
Excelentes condutores.

Mas como foram treinados
Pela esquerda, que era a mão,
Cá viram-se atrapalhados
De início, que confusão!

E do tal, quem não se lembra
Que levava as cervejinhas
Tinha palhota na Temba
- A casa da Mariquinhas…

Os soldados africanos
Quando recebem o pré
Ficavam todos ufanos
Era dia de banzé.

Na cerveja - uma bazuca -
Cachaça iam deitar
Que lhes dava a volta à cuca
Ninguém os pode aturar.

Piores eram os GE´s
Selvagens e primitivos;
Dão rajadas de G-três
Sem terem quaisquer motivos.

Autoria: O "nosso" Capitão

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